Na Câmara de Juazeiro, vereadores acirram debate durante primeira sessão do ano

Relatório apresentado por Gledson Bezerra gerou discussão
Juazeiro do Norte. O clima de harmonia que marcou o trabalho realizado na legislatura passada pelos vereadores Gledson Bezerra (PMN), atual presidente do Legislativo neste município, e Tarso Magno (PRP), que compõe a bancada de sustentação do governo Arnon Bezerra (PTB) na Casa, parece ter chegado ao fim. Ontem, durante a primeira sessão ordinária do quadriênio 2017-2020, ambos acirraram o debate, chegando a causar o estranhamento da população presente na galeria da Câmara de Vereadores.

As divergências tiveram início a partir da prestação de contas realizada pela presidência, que demonstrou ter recebido o comando da Câmara Municipal com dívidas próximas a R$ 6 milhões, referentes a atrasos junto a Previjuno, Receita Federal, fornecedores e, até mesmo, servidores do Legislativo. As contas, todas quitadas ou parceladas por Gledson Bezerra, viraram alvo de questionamentos. 

Vereador Tarso Magno quis saber nome do responsável pelas dívidas 
Com dedo em riste, Tarso Magno cobrou que a presidência dissesse ao plenário quem ou quais eram os responsáveis pelas dividas apresentadas na planilha repassada aos vereadores, onde os gastos foram apontados. De maneira incisiva e com voz alterada, cobrou, ainda, a instalação da Comissão de Fiscalização e Controle Interno, órgão que, segundo o parlamentar, deveria ter sido o primeira a receber a prestação de contas da presidência para, então, após análise, o plenário ser cientificado.

“O presidente trouxe aqui sua primeira prestação de contas quando, sequer, se tem a comissão para fiscalizar. Eu encontrei vários erros nessa prestação de contas. A lei que foi criada pelo próprio Gledson Bezerra diz que essa prestação tem que ter um percentual gasto com a folha de pagamento dos funcionários, e isso não veio. Ele não diz que recebeu a Câmara Municipal com um rombo de seis milhões de reais. Eu questionei por que ele não tinha criado a comissão e ele disse que houve divergência em relação as lideranças, quando ele bem que essa comissão deveria ter sido criada. A nova presidência não está cumprindo com o que estabelece o nosso Regimento Interno e a própria Lei Orgânica do município”, acusa Tarso Magno. 


Em tom mais ameno, quase conciliador, Gledson Bezerra tentava explicar ao colega os motivos que resultaram no atraso na formação das comissões técnicas da Câmara, bem como salientava que os valores apontados de forma detalhada na prestação de contas, quando somados, atingiam a cifra exposta por Tarso Magno.

“Tivemos o cuidado de, já na primeira sessão, apresentarmos a situação financeira da Câmara para o plenário. Quem está trazendo todos os dados sou eu. Falei por vinte e quatros minutos na tribuna, detalhando número a número os gastos que serão realizados pela Câmara de Vereadores. Desde que o que é gasto com folha de pagamento até o que é gasto com  pagamento dos parcelamentos. O que eu esperava do meu amigo Tarso Magno, que é um grandes vereadores da história de Juazeiro do Norte, era o apoio e a parceria. Se nós provamos aqui, através da nossa fala no plenário, que economizaremos por mês R$ 40 mil esse assunto não pode passar despercebido. Se nós mostramos que estamos fazendo com que a casa legislativa tenha uma visibilidade melhor, que essa é a nossa intenção, que queremos valorizar o vereador, e isso vai ser possível graças a uma questão de economia, eu quero encontrar é apoio”, ressaltou o presidente do Legislativo, Gledson Bezerra.

Ele ratificou que, durante a apresentação do relatório, explicitou o tamanho do prejuízo que herdou e que não haveria motivos para a cobrança feita pelo colega parlamentar. “Eu detalhei todas as dividas. Como são essas dividas: R$ 1,2 milhão do Imposto de Renda, pouco mais de R$ 1 milhão junto ao INSS, outros R$ 730 mil que já conseguimos parcelar junto ao Previjuno, mais R$ 1,2 milhão que já existiam de parcelamentos anteriores. Todos esses débitos que eu citei, a gente comprovou através do relatório da contabilidade e, inclusive, nós estamos procurando alternativas para resolver os problemas”, disse.

Mesmo com o debate acalorado na reunião ordinária do ano, o presidente da Câmara Municipal acredita que o clima de acirramento não deve persistir para as próximas sessões do legislativo. “Eu acredito que houve, tão somente, uma polêmica desnecessária que nós saberemos como solucionar em momento oportuno. Seria precipitado fazer um pré julgamento de todo um trabalho que ainda temos pela frente, a partir de uma discussão relativa a temas pontuais. Vamos procurar dirimir essas situações. Vou lutar para que isso aconteça”, finalizou Gledson Bezerra.

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